sábado, 21 de novembro de 2009

A hora da estrela


Esse vídeo me chama atenção em alguns aspectos. Primeiramente pela belíssima música Nessun dorma de Puccini. E a voz, o talento do então calouro Paul Potts é algo surpreendente.

Tem, por outro lado, a bizarrice humana. As pessoas são subestimadas até o momento em que conseguem mostrar aquilo que fazem e que agradam aos demais que não fazem. Preconceituosamente temos o péssimo hábito de não dar o devido apreço por cada indivíduo. E aí é necessário quebrar o encanto, mostrar o quanto você pode e consegue, mesmo que as pessoas lhe (pré)julguem pela aparência, que é deveras insignificante – ao menos, deveria. A particularidade desse momento é que ele é mágico. É transformador. E aí vive-se a “hora da estrela”.

Digo ainda que esse programa norte-americano de calouros, importante, por sinal, por dar chance a muitas pessoas com potencial reprimido ou que não tiveram a oportunidade de mostrá-lo ao mundo, tem algo técnico peculiar de fazer com que crie um ambiente carregado de emoções. E com as emoções não tem coração que se desmanche.

Basta notar alguns detalhes, entre eles a abordagem irônica do trio técnico e, aquele que mais me chamou a atenção, o choro da moça bonita, dada a “surpresa”, diante de seus próprios olhos, de uma pessoa desconhecida, feia, torta, analfabeta, simples de tudo se transformar em um símbolo de grandeza, metamorfoseando-se em um ícone da beleza plena e da capacidade ímpar que sobrepõe ao medíocre. Foi assim com Paul Potts e assim também foi com Susan Boyle. O mundo todo viu. Eu me lembro bem.

Por mediocridade, a sociedade prefere o cisne ao patinho feio. E olha que não basta o cisne ser belo, tem que ter algo a mais. Tem que encantar.

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