quarta-feira, 17 de agosto de 2011

AS BARBÁRIES HUMANAS UM DIA TERÃO SEU FIM?


Ensaio sobre a compreensão humana



Entrarei no intricado tema sobre a compreensão da raça humana. Entretanto devo dizer que esse ensaio se trata apenas de mais um possível método de compreensão humana, diante de tantos outros já existentes. Mas seja o meu método, seja aqueles de especialistas gabaritados das mais diversificadas áreas, creio que ainda estão muito aquém de nos dar uma resposta mais convincente sobre que bicho nós, humanos, realmente somos nos quesitos relacionamento e harmonia com as espécies.

Não quero ser pretensioso em dizer que o método aqui por mim apresentado realmente nos dá uma compreensão clara sobre os atos cometidos pelos seres humanos, muito menos desejo frustrar qualquer leitor, esperando que encontre aqui uma compreensão mais plausível sobre que bicho realmente somos ou nos tornamos diante de uma pretensa dominação de outras espécies, obviamente mais frágeis, com o simples motivo de se divertir ou mostrar um aparente ar de superioridade sem direito e sem respeito às demais espécies.

Essa minha abstração visa buscar compreender, muitas das vezes, o porquê de determinados gestos e atitudes do ser humano que me faz pensar se todos os seres humanos realmente fazem parte da mesma espécie humana: o “homem sábio”. Mas desde já quero me desarmar de pretencionismo, de moralismo, ou mesmo de qualquer concepção religiosa, a fim de evitar qualquer tendencionismo que possa interferir em minhas indagações. E, como falei, é só mais um de tantos métodos de compreensão. Diferente esse, porém. Talvez a compreensão humana não exista ou não tenhamos competência suficiente para percebê-la. Daí nossa angústia diante de atos impetuosamente covardes advindos de determinados seres humanos contra a sua própria raça ou contra outros seres aos quais eles convivem e dependem.

Ao manifestar meu depoimento sobre o tema, quero esclarecer também que não sou nenhum antropólogo, cientista ou qualquer especialista em comportamento humano, muito menos entendedor do processo de evolução natural dos seres. Sou apenas um ser humano qualquer, integrante dessa raça, pecador e irresoluto. Um bicho preocupado com sua própria espécie, que busca a compreensão dessas grotescas e doentias atitudes completamente dispensáveis de indivíduos que, lamentavelmente, parece que não pertencem, de certo modo, à classe evolutiva dos seres vivos.

Receio me frustrar com algo que seja obvio, mas meu método se dá através um ponto de vista interior, daquele integrante que faz parte do cotidiano dos demais seres humanos. E antes que pensem qualquer coisa, obviamente, sou um ser humano qualquer, cheio de imperfeições, mas que reconhece o quanto a sua raça precisa evoluir, precisa reconhecer que não é “dona”, apenas “condômina” desse planeta.

Sei, no entanto, que estou entrando em um assunto extremamente delicado e controvertido. Talvez aquém de minhas compreensões, argumentações e perturbações. Sei que não se trata de novidade e sei também que não sou o único a “indagar com meus botões”. Mas como esse tema me causa indignação, por este motivo, levo-me a buscar entendimento e aqui expor meus devaneios, de modo a fazer com que o leitor entenda essa minha humilde análise interpretativa de nós mesmos.

Antes de falar de meu método de compreensão, devo cituar a figura do ser humano. E para tanto, auxilio-me da famosa enciclopédia virtual, Wikipédia, que busca identificá-lo e, de certo modo, qualificá-lo. Para ela, “um humano, ser humano, pessoa, gente ou homem é um animal membro da espécie de primata bípede Homo sapiens, pertencente ao género Homo, família Hominidae (taxonomicamente Homo sapiens - latim: "homem sábio").” Ainda segundo a enciclopédia, “os membros dessa espécie têm um cérebro altamente desenvolvido, com inúmeras capacidades como o raciocínio abstrato, a linguagem, a introspecção e a resolução de problemas. Esta capacidade mental, associada a um corpo ereto possibilitaram o uso dos braços para manipular objetos, fator que permitiu aos humanos a criação e a utilização de ferramentas para alterar o ambiente a sua volta mais do que qualquer outra espécie de ser vivo”.

Pois bem, então estou falando de um bicho altamente desenvolvido e capacitado intelectualmente. Não é? Será isso mesmo? Ou será que falta alguma coisa a mais para realmente sermos altamente desenvolvidos? Ao falarmos em evolução, precisamos nos apartar das diversas formas de evolução tecnológica, das quais nos tornamos inegavelmente dependentes.

Refiro-me, pois, à evolução da consciência natural cognitiva de cada indivíduo. E é essa a questão perturbadora que a sociedade lamentavelmente acaba relevando ou se abstendo de agir. Ela peca por agir tão somente a censurar, como muitas vezes tem feito hipocritamente através dos mais variados meios de comunicação, sendo que deveria, no entanto, não só censurar como também expurgar de seu meio os autores dos atos cometidos, em que ela mesma sabe da ilicitude hemorrágica e covarde de cada um deles.

A sociedade convencionou normas de direito, de ética e de bons costumes. E essas normas estão em constante evolução. Desse modo, caberia também a aplicação de tais normas aos indivíduos estúpidos que cometem crimes contra outras espécies. Sei que especialistas me contestarão dizendo que tais normas já existem. Porém eu os refutarei dizendo que realmente elas existem, mas, como eu já dissera, a sociedade não está evoluída conscientemente para fazer cumpri-las, para respeitá-las. Se tivesse essa consciência, jamais permitiria que tais atos se tornassem formas espetaculares de diversão humana em detrimento à desgraça alheia, como aconteceu e ainda acontece. Já que especialistas dos quatro cantos do mundo sempre estufam o peito para dizer que somos “bichos evolutivos”, talvez aí esteja uma grande falha nossa em não nos evoluir suficientemente. E para mim essa nossa evolução requer um tempo muito maior para nos despertar. O que pode ser tarde de mais para a nossa espécie.

É sabido que podemos caracterizar o ser humano por diversas técnicas metodológicas diferenciadas, como, por exemplo, cor, sexo, raça e idade, situando cada classe de indivíduos em suas mais variadas vertentes. Mas podemos também caracterizá-lo por sua razão, emoção, discernimento, inteligência, tolerância, compreensão, comportamento, respeito, decência, limites, enfim.

Dentre tantos métodos possíveis de classificação para entendimento da raça humana, quero aqui, de modo bem simples, expor uma que acredito ser pertinente para compreendermos um pouco a psique de esse ser intitulado racional. Para mim, esse método nos permite dividir a raça humana, independente de qualquer outra classificação, em duas classes completamente distintas e inversamente proporcionais, de indivíduos, quais sejam:

a) Classe de indivíduos possuidores de consciência natural cognitiva.

b) Classe de indivíduos não possuidores de consciência natural cognitiva.

Sem me aprofundar demais no assunto, pois, como dissera, é apenas um ensaio, mas procurando defender cada uma dessas classes, afinal estou aqui comentando sobre suas existências metodológicas, tratá-las-ei da seguinte forma: a primeira sendo a classe dos IPC (indivíduos possuidores de consciência natural cognitiva); a segunda, dos INPC (indivíduos não possuidores de consciência natural cognitiva).

A dicotomia humana sempre existiu e sempre existirá. Seja em qualquer parte do mundo, seja em qualquer elemento familiar, sempre ouviremos falar de indivíduos bárbaros, maldosos (limito-me aqui no uso dos adjetivos para não demonstrar maior grosseria) que, por se colocarem acima de qualquer ser vivo, acreditam veementemente que tudo em sua volta existe para sua satisfação fisiológica ou mesmo pessoal, ou agem cruelmente a fim de satisfazer simplesmente suas bizarrices que, por qualquer que seja o motivo distúrbico-mental, precisam cometer algum ato ilícito – no sentido mais abrangente do termo – contra qualquer que seja a espécie que ele pretensiosamente conota de inferior. Refiro-me, como se pode notar, à classe dos INPC`s.

Essa classe de indivíduos infelizmente não evoluiu suficientemente para compreender o quanto é importante perceber a necessidade das coisas em sua volta. Por não se evoluir, eles não se deram conta que não são e, talvez, nunca serão superiores aos demais seres vivos aqui existentes. O fato de os indivíduos possuírem um cérebro altamente desenvolvido, em relação aos demais seres (e isso eu tenho minhas dúvidas), não lhes dá o direito de pensar e, consequentemente, agir de modo a subestimar os demais seres e deles fazer como se fossem meros “objetos” de manipulação e de destruição.

Muito pelo contrário, deveriam sim, já que são seres dotados de razão, possuir humildade suficiente para, no mínimo, respeitar e interagir com os demais seres, e, jamais, agirem com desrespeito, crueldade, agressividade, covardia, acompanhada de uma equivocada e medíocre pretensão. É claro que vivemos numa cadeia alimentar e também fazemos parte desse processo fisiológico. Dependemos disso tanto quanto qualquer outro animal para a nossa sobrevivência. Mas devemos respeito e humildade aos demais seres vivos que nos sevem como alimento e proteção.

Já a classe dos IPC`s, por outro lado, é dotada de uma característica, muitas vezes imperceptível à sociedade e a si mesma. Essa classe se difere da anterior por tem intuitivamente a sabedoria, a humildade e o discernimento para perceber, como também, valorizar a relação mais primitiva que existe: o bom convívio entre as espécies. Essa classe é, basicamente, dotada de respeito, responsabilidade e limites perante os demais seres, sejam racionais ou não racionais.
Para a classe dos IPC`s, o planeta existe como uma grande casa que abriga todos os seres vivos de modo passível e harmônico, sempre se levando em conta o ciclo natural da vida, sempre respeitando a necessidade fisiológica de todos os seres vivos. Para entender essa classe, poucas palavras bastam.

Faço questão de cuidar para esclarecer que não somos “anjos e demônios”. Porém, acredito na importância dessa metodologia para estabelecer uma compreensão dos atos cometidos pelos seres humanos em relação aos demais seres vivos. Pensando assim, não posso me calar diante de tanta crueldade advinda de mentes doentis, que muitas vezes buscam diversão com a desgraça alheia, como, por exemplo, os rodeios, as rinhas de galo, as brigas de cães ferozes e até a crueldade nas matanças covardemente violentas de animais, com o argumento de que o estresse causado ao bicho faz com que sua carne se torne mais exótica, e acharmos que tudo isso é natural e faz parte do ciclo da vida. Não é e estamos muito equivocados.

Aqueles que lamentavelmente pertencem à classe dos INPC`s são indivíduos mal resolvidos, que muitas vezes necessitam de alguma imposição para chamar a atenção pelo simples fato de se “exibirem”, de mostrarem que são melhores do que os outros. Necessitam disso. Necessitam se sentirem superiores, maltratando, judiando, castigando, aniquilando diversas espécies, com requinte de crueldade, em suas casas, nas ruas, em arenas diante de multidões frenéticas de imbecis e mesmo nos próprios lares dos demais seres vivos: matas, mares, ar, enfim.

Não vou me perguntar o porquê de tudo isso, pois sobre a índole das pessoas não cabe a mim julgar. Nem quero me martirizar entrando nesse mote, pois sei que talvez meu grito não chegue aos ouvidos de quem é de direito e de dever. E talvez em nada adiantasse. Mas, faço questão de procurar entender, enfim, o porquê de tanta imbecilidade genuinamente humana. Manifesto-me com muita tristeza e irritação. Afinal, não temos o direito de cometer nenhum mau, ainda mais a outrem que mau nenhum nos fez. Ao contrário, sabemos bem o quanto somos dependentes dos demais seres vivos e que sem eles tenho dúvida de nossa existência.

Desse modo, a minha expectativa é que essa desgraçada classe dos indivíduos não possuidores de consciência natural cognitiva seja, um dia, se não reeducada, aniquilada, de modo que prevaleça a sabedoria e o cultivo da paz entre as espécies e prevaleça o discernimento humano para que entenda a sua pequenez e que, dessa forma, se coloque em seu lugar, respeitando os seus limites e respeitando o ciclo natural da vida. É isso.

Concluo com a certeza de que o ser humano necessita evoluir sua consciência cognitiva natural. Somos capazes disso, afinal nos evoluímos em tantas outras coisas impressionantes e bárbaras. Talvez estejamos no caminho certo, talvez não. Mas essa evolução requer tempo. A questão é que ainda temos esse tempo, mas precisamos nos despertar logo, pois receio que ele esteja encurtando a cada dia que passa. Basta ver as desgraças que têm ocorrido em nossa volta e que muito nos tem prejudicado. Até quando iremos suportar isso tudo dependerá de nós mesmos.

Precisamos deixar essa nossa mania de grandeza em olhar lá fora para, com muita humildade, olharmos dentro de nós mesmos. Precisamos de uma auto-reflexão. Esse é um exercício que a sociedade precisa ter o hábito de fazer constantemente e que não está a fazer. Nós mesmos somos atores de tudo o que está acontecendo e precisamos despertar para a necessidade de uma consciência coletiva no sentido mais abrangente possível. Utopia? Talvez. Mas para mim isso é uma necessidade de sobrevivência. Nós, indivíduos racionais, temos o dever da proteção, da harmonização entre as espécies. Jamais sermos os destruidores. Jamais sermos causadores de tantas desgraças alheias. Não precisamos disso. Vamos olhar nosso interior. Vamos buscar mais reflexão em nosso meio para sermos agentes de defesa, de proteção e de harmonia consciente entre as espécies. É o meu desejo.



PS. O vídeo postado abaixo é um triste exemplo disso que eu defendo acima.



terça-feira, 16 de agosto de 2011

VIOLÊNCIA CONTRA ANIMAIS









Ignorância, burrice, estupidez, insanidade, mediocridade, pretensão, primitividade...


Ainda não sei qual adjetivo melhor enquadraria algumas pessoas causadoras de tanto mau.


Marquês de Sade, aristocrata e escritor francês do Século XIX, diz o seguinte:


"Não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes".


E eu concordo plenamente com isso.




quarta-feira, 10 de agosto de 2011

GUARDA-SE PÓ

Loja do guarda pó? Existe, é!?



Quer dizer que esse pessoal guarda o pó?

Pedirei então para eles irem lá em casa. Está cheio de pó lá.

Ah, espera um pouco... Que pó, que nada.


Essa gente não entende nada de pó. Eles são especialistas em guarda-pó.

É outra coisa.

Então, está na hora de tirar o pó do livro de gramática, não acham?

Escreve certo pô!


A minha gramática diz o seguinte:

Guarda-pó (forma do verbo guardar + pó) s. m.s. m.
1. Casaco comprido de tecido ligeiro que, em viagem, se veste por cima da roupa.
2. Peça de vestuário leve e comprida, em geral branca, com mangas e abotoada à frente, que se veste por cima da roupa usual, em farmácias, laboratórios, serviços médicos, escolas etc.







sexta-feira, 5 de agosto de 2011

EXISTEM ASSOVIOS E EXISTE O ASSOVIO





É de se apreciar...



E eu que nem sei assoviar para a garota do outro lado da rua...


Qual a forma correta: assoviar ou assobiar? Tanto faz. São formas variadas da nossa Língua Portuguesa.
Segundo a Wikipédia, "é a produção de som de altura definida a partir da expiração constante através da boca. O ar pode ser direcionado pela língua, lábios, dentes ou dedos para criar a turbulência necessária à geração do som. A boca serve como caixa de ressonância para reforçar o som resultante, atuando como um ressonador de Helmholtz. O assovio pode também ser produzido utilizando as mãos como caixa de ressonância".





QUANDO TIVER UMA OPORTUNIDADE, PASSE ISSO ADIANTE




Fábula ou não, não é essa a questão



Lá estava eu com minha família, em férias, num a campamento isolado e com o carro enguiçado.

Isso aconteceu há 5 anos, mas lembro-me como se fosse ontem. Tentei dar a partida no carro. Nada.

Caminhei para fora do acampamento e, felizmente, meus palavrões foram abafados pelo barulho do riacho.

Concluí que era vítima de uma bateria arriada. Sem alternativa, decidi ir à pé até a vila mais próxima e procurar ajuda.

Depois de uma hora e um tornozelo torcido, cheguei, finalmente, a um posto de gasolina. Ao me aproximar do posto, lembrei que era domingo e, é claro, o lugar estava fechado.

Por sorte havia um telefone público e uma lista telefônica já com as folhas em frangalhos. Consegui ligar para a única companhia de socorro que encontrei na lista, localizada a cerca de 30 km dali.

– Não tem problema, disse a pessoa do outro lado da linha. Normalmente não trabalho aos domingos, mas posso chegar aí em mais ou menos meia hora.

Fiquei aliviado, mas, ao mesmo tempo, consciente das implicações financeiras que essa oferta
de ajuda me causaria.

Logo seguimos, eu e o Zé, no seu reluzente caminhão-guincho, em direção ao acampamento.

Quando saí do caminhão, observei, com espanto, o Zé descer com a ajuda de muletas para se locomover. Santo Deus! Ele era paraplégico!!!

Enquanto ele se movimentava, comecei, novamente, minha ginástica mental de calcular o preço da sua ajuda.

– É só a bateria descarregada, uma pequena carga elétrica e vocês poderão seguir viagem, disse-me ele.

O homem era impressionante. Enquanto a bateria carregava, ele distraiu meu filho com truques de mágica e chegou a tirar uma moeda da orelha, presenteando-a ao garoto.

Enquanto ele colocava os cabos de volta no caminhão, perguntei quanto lhe devia.

– Oh! nada – respondeu ele, para minha surpresa.

– Tenho que lhe pagar alguma coisa, insisti.
– Não, reiterou ele. Há muito anos atrás, alguém me ajudou a sair de uma situação muito pior. Foi quando perdi minhas pernas e a pessoa que me socorreu, simplesmente disse:

– Quando tiver uma oportunidade “passe isso adiante”.

– Eis a minha chance... Você não me deve nada! Apenas lembre-se: quando tiver uma oportunidade semelhante, faça o mesmo.

“Somos todos anjos de uma asa só, precisamos nos abraçar para alçar vôo”.


Meu olhar a respeito...



Não vivemos sós. Não conseguiríamos a façanha de vivermos sozinhos.

Direta ou indiretamente dependemos uns dos outros. E, seja pela concepção religiosa, seja pela social, temos o dever de nos ajudar. Temos o direito de permitir que sejamos ajudados e o dever de ajudar os demais viventes, dentro daquilo que somos capazes de fazer, sem esperar nada em troca. Parece difícil, não é? E é.

Sei que alguém – muitos – pensará o quão é difícil ajudar o próximo, sendo que não conhecemos esse próximo. Infelizmente vivemos em meio de sua sociedade caótica, perturbada e insegura.

Afinal, a índole do ser humano está extremamente abalada e comprometida. Está cada vez mais difícil acreditarmos nas pessoas, estendermos as mãos num pedido de ajuda, sem que sejamos lesados por uma ou outra “falsa alma bondosa”.

Isso é lamentável, pois, volto a dizer, que não vivemos isoladamente, onde quer que estejamos, ainda mais nesse mundão(inho) globalizado. É muito mais fácil nos escondermos de nós mesmos do que das demais pessoas. Acredite.

Vivemos assim: desconfiamos do próximo até que esse próximo nos convença de que não nos fará mal algum. É ou não É assim? É.

Nossos pais diziam que muitas vezes se reuniam em seus lares quando, de repente, lá se aproximava um desconhecido, e mais um, e mais outros, e a prosa se estendia pela noite afora. A casa vivia de portas abertas para receber as pessoas, a vizinhança. O bairro era assim. E o rol de amigos se ampliava a cada dia. Lógico, uns mais, outros menos afetivos. Mas as pessoas se confidenciavam mais, se defendiam mais coletivamente.

Hoje vivemos feito bicho da selva. Selva em concreto armado. Desconfiamos de quase tudo. Isolam-nos. Defendemos nossas crias como se algo de ruim irá acontecer a qualquer momento. Custamos crer nas pessoas. Nos bairros, um bom dia hoje, uma boa tarde amanhã, e depois... e depois... Até que um dia nos permitimos, à conta gotas, que o outro saiba um pouquinho mais de nossa vida. Vida pessoal, pois familiar quem sabem mais tarde, um outro dia talvez.

Somos bichos desconfiados, ariscos e temerosos, até que um dia, talvez por uma ajuda divina, eis que permitimos mais um bicho arisco e temeroso frequentar nosso lar.
Toda essa volta que eu dei é para dizer algo que já está dito na “fachada implícita da sociedade”. Mas...

Mas, por mais que desconfiamos, por mais esquivos que sejamos, ainda assim vivemos em sociedade. E por assim vivemos, precisamos sempre ter a consciência de ajudar o próximo, pois o próximo sou eu, é você, são todas as pessoas que aqui estão em meio a nós.

Essa fábula que fiz questão de publicar acima e que não faço a mínima ideia de quem a escreveu nos faz refletir sobre a importância de servir. O corre-corre de nossa vida tem contribuído para que nos tornemos egoistas. Preocupamo-nos com nossos próprios interesses e deixamos de lado o interesse em ajudar o próximo. Perdemos muitas vezes a oportunidade de ajudar alguém. E assim, nas pequenas coisas que, para aquele que necessita, nem damos conta de tão grande ela pode lhe servir.

Precisamos olhar. Observar alguém que necessita de nosso apoio muitas vezes é uma questão de conveniência. “Conveniência”, do Latim, significa “adaptação”. Portanto, precisamos adaptar nosso olhar para ajudar outrem. Não que temos que estar sempre à procura de situações a fim de dispormos de nossa ajuda. Não é isso. Mas precisamos nos adaptar, nos tendenciar a apoiar, ajudar a quem necessitar.

Penso que não podemos e nem devemos perder a oportunidade em ajudar alguém. Precisamos ser mais solidários com o próximo, mesmo que esse próximo não seja tão próximo assim. Precisamos nos desgarrar de nossas desconfianças, de forma segura e convicta claro, para exercitarmos tal (boa)ação.

Ajudamos hoje, recebemos ajuda amanhã. Ou vice versa. A questão é que da mesma forma que ajudamos, também necessitamos de ajuda. Isso é um fato irrefutavelmente questionado. E isso é prova de nossa existência e convívio social.

Finalizo dizendo o seguinte: DAR DE SI ANTES DE PENSAR EM SI.

É isso.