quarta-feira, 28 de abril de 2010

CAÇA ÀS BRUXAS?

Já me manifestei sobre o uso excessivamente exagerado do Photoshop por profissionais que tornam mulheres, digamos, bonitas, em "coisas criadas".
Não sou contra o uso dessa ferramenta. Sou contra o modo enganatório de usá-la, que não leva a nada, se não à satisfação incontinente do homem e ao desejo tolo da mulher em se ver na foto como a mais linda das mulheres a causar enveja às outras. Mas quando se vê no espelho, é um "Deus me acuda".
Já disse que as mulheres brasileiras, em particular, são maravilhosamente belas. Então para quê se iludir? Seria aquele doce engano que só dá prazer? Besteira.
Lembro-me de uma foto da atriz Suzana Vieira (por acaso publiquei-a nesse blog), que parece uma garotinha de 20 anos. Pobre ilusão dessa infeliz. Não deve haver espelho em sua casa para não cair na real, afinal pessoas assim não querem jamais envelhecer. Mas envelhecerão como qualquer organismo vivo, acreditem.
Mas talvez o uso libertino dessa ferramenta estaja com os dias contados. No Brasil, o meu xará, o deputado federal Wladimir Costa, do PMDB-PA, tomou frente para que um projeto de lei seja aprovado. Vamos ver no que vai dar. Eis um artigo que aborda o assunto.


A vez da beleza possível
Projeto de lei reacende a discussão sobre o uso desmedido do Photoshop





Por Paula Balsinelli, iG São Paulo, Andrea Giusti, especial para o iG São Paulo 27/04/2010 18:17








Foto: Divulgação
Jessica Simpson de cara limpa





Uma onda em favor da beleza possível ganha força nas páginas das publicações mais badaladas do mundo. Agora foi a vez de Jessica Simpson chegar às bancas sem maquiagem nem retoques, na edição de maio da revista Marie Claire norte-americana.

Claudia Schiffer e Cindy Crawford também já tinham sido clicadas ao natural. O trabalho, publicado em 2009 na Harper’s Bazaar, leva a assinatura do alemão Peter Lindbergh, um dos maiores defensores da imagem de “cara limpa”.

Segundo Lindbergh, a possibilidade tecnológica de alterar fotos teve um peso muito grande na forma como as mulheres foram definidas visualmente. “Retoques excessivos não devem representar a mulher neste século”, disse ao jornal The New York Times.

As criaturas sintéticas ou verdadeiros “objetos de marte”, segundo classificou o fotógrafo, também são combatidas pela deputada francesa Valerie Boyer. Ela apresentou ao parlamento, em 2009, um projeto que obriga a identificação de fotos modificadas por meio de ferramentas tecnológicas.


Agora, no Brasil, quem levantou a mesma bandeira foi o deputado federal Wladimir Costa (PMDB-PA).

“A finalidade é coibir o abuso e a propaganda enganosa. Gastam milhares de reais com cachês para celebridades e não usam a imagem real delas. Essas pessoas possuem imperfeições estéticas que são escondidas pelo Photoshop. E tem de tudo, gente com 45 anos que já possui rugas e faz publicidade de cremes para a pele perfeita”, diz ele, que também dispara contra as revistas masculinas: “A Playboy tem mulheres belíssimas, mas também tem uns dragões que eles colocam na capa com 100% Photoshop”, protesta.

A publicação citada pelo deputado, representada por seu diretor de redação, Edson Aran, não estica o debate: “O Brasil tem problemas muito sérios para que eu me preocupe com isso. O deputado deveria fazer o mesmo”, diz.


O alerta proposto pelo projeto de lei não anima José Paulo Bragança Bernardo, um colecionador de publicações adultas. “Isso me parece um exagero”, diz ele. “O Photoshop tem duas vias. A mais utilizada corrige iluminação e pequenas imperfeições, e isso não descaracteriza a modelo. Já o uso extremo da ferramenta acaba transformando mulheres em bonecas de cera, e daí já vira 'fake', pois estamos vendo algo que não é real”.

Fernando Torquato, maquiador top das celebridades, não vê problema no uso da ferramenta em trabalhos artísticos. “Agora, se for fazer um anúncio de clínica de estética com uma mulher toda photoshopada, daí é desonesto”, declara.

Enquanto os debates evoluem, uma verdadeira “patrulha do photoshop” - representada por sites como como Photoshop Disasters e Boing Boing - mantém-se alerta para apontar erros e contar para o mundo: "essa beleza não é possível".



Na Grã-Bretanha, a propaganda do creme para suavizar rugas foi suspensa; a foto apresentava a imagem da ex-modelo Twiggy, de 60 anos, praticamente sem marcas de expressão.

Fonte: http://delas.ig.com.br/beleza/dicas/a+vez+da+beleza+possivel/n1237597991858.html#0

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