"É impossível levar o pobre à
prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Para
cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.
O governo não pode dar para alguém aquilo que tira de outro alguém. Quando metade
da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade
da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale
mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao
começo do fim de uma nação.
É impossível multiplicar riqueza
dividindo-a”.
Adrian Rogers, 1984
Meu olhar a respeito é de tristeza e indignação, pois
no mundo capitalista em que vivemos, a ambição de muitos é voltada a adquirir vantagens
próprias em detrimento dos demais. Sendo, para mim, talvez o lado mais negro de
todo esse cenário sócio-político-econômico, pois o mecanismo para a turva ambição
desse tipo de pessoa é a própria corrupção. A esses corruptos caberia a lei
veementemente punitiva. Caberia, pois, infelizmente nosso país não pune os seus
algozes ladrões oportunistas de plantão. E esse triste cenário horrendo é
notado em todas as esferas sociais, políticas e econômicas de nossa nação.
Portanto ressalto que não estou falando apenas de maus políticos, antes disso, refiro-me
aos maus cidadãos. Não fossem por estes, não existiriam aqueles.
Não se deve jamais fazer apologia
àqueles indivíduos que se enriquecem de forma ilícita. Todavia, àqueles que deram
o sangue, dedicaram suas vidas ao trabalho justo e, se não bastasse, honraram
os impostos que a eles foram cruelmente exigidos, esses sim merecem todos os
méritos. Precisamos não esquecer que do mesmo modo que existem corruptos,
também existem homens do bem, pessoas éticas e notórias, dignas de respeito e
admiração. E pensando nessas pessoas, não é justo nem saudável que um governo
pretensiosamente subtraia o seu quinhão, punindo cidadãos trabalhadores e
éticos e deles arrancando parte de seu suor, enquanto que outros, corruptos ou
vagabundos, despreocupados com seus compromissos na condição de membro da mesma
sociedade, sejam agraciados, sem fazer algo em troca. O crescimento de um país
resulta do crescimento de seu povo. É justo que uns colaborem com o crescimento
social e outros não? Não, claro que não.
Quando líderes de uma nação tiram
o dinheiro público, através de bolsa-auxílio em suas mais variadas formas, para
dar a quaisquer pessoas despreocupadas com o crescimento coletivo, estamos
diante de um governo ignorantemente pseudo socialista, que visa interesses
obscuros próprios ao “fazer sombra com o chapéu alheio”, com o objetivo de se
promover e se corromper a cada dia por interesses promíscuos e desleais para
com seu povo. E ainda: quando esse mesmo governo tira o dinheiro da saúde, da
educação e da segurança para assim aplicá-lo exorbitantemente em estádios de
futebol, aí só posso tristemente imaginar na sua decadência insana.
Nada na vida é de graça. Deve-se
fazer por merecer. A isso chamamos de Meritocracia (do latim mereo,
merecer, obter). Nunca aceitei a ideia de dar
o peixe, a não ser ensinar alguém a pescar. Portanto, acho que nunca
conseguirei entender e nem aceitar essa ideia de dar, doar, entregar de graça determinada
bolsa auxílio para um cidadão ou cidadã – com braços, pernas e capacidade físico-mental
para exercer determinada função social – e que não ofereça nada em troca. Talvez
eu não me manifestasse sobre esse assunto se se tratasse de um ou outro auxílio
a pessoas realmente necessitadas, impossibilitadas de exercer uma atividade
profissional, por mais simples que seja. Talvez. Mas a questão é que, na grande
maioria das vezes, não se trata de um auxílio; da mesma forma, não se trata de
um necessitado que faz jus a esse benefício governamental (não social).
Um dia
desses, conheci um sujeito que dissera ser pescador profissional. Até me
mostrou, afoito, a sua carteirinha de pescador. Aprofundando-me propositadamente
no assunto com ele, descobri que, na verdade, ele fazia parte de um cadastro de
pescadores que, no período da piracema, recebem salário auxílio do governo
federal. Acho prudente que pescadores recebam o referido auxílio em período de
proibição à pesca, já que dela dependem para sua sobrevivência. Mas, aquele
cidadão, em particular que conheci pessoalmente, não fazia jus a esse
benefício. Ah, não mesmo! Por quê? Bem, isso é uma outra história.
Precisamos
ser éticos, agir com ética e respeito aos demais concidadãos. Não é justo que
um indivíduo trabalhe mais que o outro e não seja reconhecido como tal e seja
penalizado. Do mesmo modo, não é justo que uma parte da sociedade seja
oportunista ao ponto de visar favorecimentos e interesses próprios em
detrimento às desgraças alheias. Cadê nossos limites? Cadê nossa moral e
respeito pelo próximo? Será que perdemos de vez por todas? Se isso for, vivemos
em um estado dividido entre as normas constitucionais e o instinto selvagem natural,
que não nos peguemos de vez uns contra outros em virtude de uma linha tênue de
normas que ainda nos “coleira”. E olha que essa linha pode se romper a qualquer
momento. Aí sim retornaremos ao estado natural de selvageria. Mas prefiro
acreditar que a grande maioria de nossa gente ainda é gente do bem. O problema
é: até quando essa gente do bem suportará tudo isso? Não sei não!
*Rico de espiritualidade x pobreza de espírito
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