quarta-feira, 7 de março de 2012

A INFORMAÇÃO NA MÍDIA TRADICIONAL E NA DIGITAL

Reproduzo abaixo postagem do blog do Rigon, do dia 07.03.12, que trata da entrevista feita pelo programa Roda Vida, da TV Cultura, com o jornalista norte-americano Walter Issacson. Chama a atenção o fato de ele valorizar mais o jornalismo impresso, não sendo muito favorável ao jornalismo digital, embora reconheça a decadência da mídia tradicional.

O jornalista americano Walter Isaacson (imagem) foi o entrevistado de ontem no programa Roda Viva, na TV Cultura. Ele revelou curiosidades sobre a biografia de Steve Jobs, livro escrito por ele e que já vendeu mais de dez milhões de exemplares no mundo. E também comentou sobre os rumos do jornalismo. Isaacson foi editor da revista Time e chefe de jornalismo da CNN. Ele se mostrou não favorável ao jornalismo digital. Disse que sempre lê impressos e carrega na pasta três ou quatro revistas. Ele acha que tem mais gente fazendo blogs que lendo. E que não há notícia nos blogs. Disse que as informações são postadas em cima de reportagens que saíram na mídia tradicional, que enviou repórter ao local do fato. Isaacson considera que a mídia tradicional começou a morrer a partir da disponibilização de conteúdo gratuito na internet. “Essa não é uma boa forma de negócio”, avaliou.

O jornalista também defende a preservação do direito autoral na internet para que o autor tenha condições de publicar mais obras no futuro. E que o futuro do jornalismo será voltado para conteúdo exclusivo para tablets. “Quem sabe, um dia, o papel volte para substituir a internet”, ironizou sobre a substituição do impresso pela internet.

Meu olhar a respeito...

Por mais que tenho acessado diariamente alguns blogs e sites de notícias para me manter informado, sempre preferi mesmo ler o conteúdo impresso, seja jornal, seja revista, seja, acima de tudo, o livro.

As informações que busco em blogs e sites são notícias rápidas, com o fim da informação imediata e bem objetiva. Porém, quando almejo me aprofundar no tema, por menor que seja, sem dúvida prefiro buscar essa notícia nos meios impressos – ao menos na maioria das vezes, afinal de contas, nem sempre é possível.

Ler um livro eletrônico para mim é um martírio, um desprazer. Não dá para ficar diante da tela lendo 10, 20, 30 páginas sem causar cansaço, irritação e, pior de tudo, não encontrar aquela sensação gostosa de penetrar na emblemática narrativa, parecendo quase que um coadjuvante escondido em meio aos mais diversos cenários propiciados pela obra. Ou ainda: ler uma obra com conteúdo didático e não poder riscar, rabiscar, rasurar, circundar ou relacionar pontos cruciais para uma boa aprendizagem.

Entre alguns bons livros que já li, lembro-me de um que muito me chamou a atenção, não por sua narrativa imaginária, mas pela riqueza de detalhes dos locais que um dia almejo conhecer: os belíssimos e, ao mesmo tempo, emblemáticos edifícios, suas salas, corredores, altares, bibliotecas, porões e outros mais emblemáticos do Vaticano, relatados na obra Anjos e Demônios, de Dan Brown.

Durante as minhas envolventes leituras, a sensação que eu tinha era de estar nesses cenários, imaginando cada detalhe possível: sua formação, seu cheiro, sua cor, sua disposição física, seus personagens, enfim. É claro que a esperteza e a competência de Dan Brown em dominar uma boa narrativa, rica de detalhes, contribuíram muito para que essa minha imaginação aflorasse tanto assim. Mas asseguro que foi bem isso que senti.

Voltando ao assunto, não optaria em ter, por exemplo, um tablet para essas minhas delirantes leituras. Podem até me chamar de ultrapassado ou algo assim, mas não abro mão desse formato de leitura tão próximo e palpável, podendo manuseá-lo a meu bel-prazer e nele deixar minhas marcas indeléveis.

Embora eu penso que os meios tradicionais de comunicação estejam, vias de fato, condenados à sua pequeníssima expressão dado ao expressivo crescimento do poder comunicativo da internet em suas mais variadas formas e facilidades, fico feliz em encontrar defensores de mídia tradicional, como é o caso do jornalista Walter Isaacson.

Não que eu seja contra a evolução das coisas e contra o crescimento de outros meios de comunicação, como é o caso da internet. Porém, reforço a ideia de se ter não só o interesse pela leitura, mas também o seu aprofundamento. E isso, para mim, nada como a tradicionalíssima folha delgada feita de substância de origem vegetal, chamada celulose – o nosso tão conhecido e íntimo papel. É isso.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Dê sua olhada, mas vê lá como vai olhar.