quinta-feira, 1 de março de 2012

GENTILEZA SE PÕE À MESA, MAS TAMBÉM EM QUALQUER OUTRO LUGAR


Existe uma estorinha interessante de um empregado que, certo dia, ao término do trabalho, foi inspecionar a câmara fria do frigorífico ao qual ele trabalha.

Por um descuido, a porta se fechou e ele ficou preso dentro da câmara. Bateu à porta com força, gritou por socorro por diversas vezes, mas ninguém o ouviu. Todos já haviam saído para suas casas e era impossível que alguém pudesse escutá-lo.

Já estava há quase duas horas preso, debilitado com a temperatura insuportavelmente congelante.

De repente, a porta se abriu, o vigia entrou na câmara e o resgatou com vida.

Depois de salvar a vida do colega de trabalho, perguntaram ao vigia:

– Por quê foi abrir a porta da câmara se isto não fazia parte da sua rotina de trabalho? O que fez pensar que ele estaria preso lá dentro?

E eis que o vigia respondeu:

– Trabalho nesta empresa há muitos anos, centenas de empregados entram e saem aqui todos os dias e ele é o único que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair no final do dia, todos os dias. Hoje pela manhã, disse "bom dia" quando chegou, entretanto, não se despediu de mim na hora da saída. Imaginei que lhe poderia ter acontecido algo. Por isto o procurei por toda a parte e o encontrei.

Fico pensando o seguinte: quantas vezes certos funcionários – colegas de trabalho – são vistos como pessoas menos importantes e, por isso, são ignorados, não sendo dignos de atenção? Quantas e quantas vezes, no entrar e sair apressado, nem se quer um olhar ao menos? O que dirá “um bom dia”, “como está você hoje?”, “como tem passado, fulano?”

Bobagem? Não. Isso é fato. Isso acontece muito em empresas, principalmente aquelas corporações com 100, 200, 1000 funcionários, comprometidamente envolvidos em seus afazeres e que, por conseguinte, se esquecem de um simples “como vai você?”, porque chegam encima do horário para trabalhar e saem no final do expediente, com a pressa de estarem logo em seus lares.

Essas pessoas estão erradas? Pode ser. Mas da maneira que são conduzidas e educadas por um sistema sócio-econômico, acabam, de modo “mecanizado”, agindo assim, como se fossem “programadas” para se levantarem, irem ao trabalho, desenvolverem suas funções com maestria e, depois, simplesmente se retirarem para seu merecido repouso, já que o outro dia os espera.

Mas também não se pode deixar de dizer da prepotência de certos colegas de trabalho que simplesmente ignorando pessoas tão importantes quando qualquer outro dentro da empresa pelo fato de estarem em um nível hierárquico aparentemente superior.

Se pararmos para pensar, muitos profissionais se passam como anônimos em nossa rotina de trabalho. E não porque eles querem, mas por força da discriminação voluntária ou involuntária que existe entre os colegas de trabalho. E eles não estão lá à toa, afinal têm sim uma grande parcela de importância e comprometimento, pois são também os negociadores dos produtos e/ou serviços oferecidos pela empresa a qual se dedicam. O bom atendimento muitas vezes começa com o porteiro, com a recepcionista da empresa. Não acha?

Gentileza e educação nos levam ao longe. Levam-nos a respeitar os demais e, com isso, valorizar cada um, independente de sua hierarquia, permitindo que todos se sintam estimados e importantes dentro desse processo produtivo, que por si só já é um discriminador natural. É ou não é?

Então penso que jamais devemos esquecer da nossa cordialidade, nossa educação, nossa gentileza para com os demais, independentemente da hierarquia que ocupamos na empresa. E isso, logicamente, se deve estender para todos os meios. O que ganhamos com isso? Ora, o encantamento do outro. E para mim isso basta.


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